Christopher é um dos personagens da Trilogia A Praia das Almas, e assim como Briseida ele ganhou um cantinho só dele aqui no blog.
O personagem se apresenta:
Não sou velho, o termo velho só é aplicável as coisas que estão no mundo material e sujeitas ao desgaste do tempo eu sou antigo e não pertenço ao vosso mundo. Eu morri eras atrás, na grande guerra que levou a primeira extinção. Claro que não sabem nada sobre isso, não há registros ou rastros na história humana porque Selene os apagou. Apagou tudo no mundo material que pudesse lembrar a barbárie de Nerian para que a raça humana pudesse recomeçar e progredir por si mesma.
Mas os traumas da guerra ficaram gravados nas alma que não foram lançadas com ele no abismo e mais de dez mil anos depois vocês ainda tem guerras todas, ainda matam uns aos outros e ainda escravizam seus semelhantes. Por mais que isso nos doa nós Elohim não podemos interferir nas escolhas de sua raça, aqueles de nos que permanecem existem apenas para impedir que Nerian escape das profundezas do abismo.
Como eu sou? Não sou como vós, mas me pareço com os filhos retintos do lugar que chamam África. Eu poderia ter a forma que desejasse, mas gosto de como fui em minha ultima vida. Para os padrões humanos sou alto, tenho braços fortes que lembram o tempo que empunhava a lança na guarda pessoal de Selene. Hoje carrego um cajado, o que me faz parecer um ancião dos seus contos de fadas, mas não tenho barba. Meu rosto é liso, nariz largo e meus olhos são da cor de âmbar.
Meu cajado traz símbolos da língua do meu povo, lembram as runas dos seus povos celtas, mas são bem mais antigas e significativas. Eu gostava dos velhos druidas, eles me viam em seus sonhos lúcidos, conversávamos sobre harmonia e o poder do sagrado na natureza. Houve um tempo que falávamos com muitos mortais por meio de sonhos, mas sua raça foi ficando cada vez mais distante da magia elementar, cada vez mais desconectada com a natureza e pararam de nos ouvir.
Vince, Briseida e eu nos sentimos solitários a medida em que isso acontecia, nossa prisão dentro da névoa se tornou mas estreita, aqueles que nos viam e ouviam perto do limiar começaram a enlouquecer e por isso nos afastamos ainda mais.
Agora, depois de tanto tempo outros cruzaram a névoa, filhos da nossa raça renascidos para proteger a sua e nós os anciões estamos aqui para ser seus professores e mestres e mais uma vez passar a sabedoria perdida.
Primeira lição do Sábio
Briseida ensina a magia da natureza e os benefícios dos chás na vida, eu venho falar de coisas mais abstratas. Venho falar da saúde da alma. Muitos estudiosos do vosso povo perceberam que existem imagens que estão gravadas no subconsciente humano, o que um certo Carl Gustav Jung chamou de inconsciente coletivo.
Esse inocente se comunica com o nosso “Eu” desperto por meio de símbolos. Esses símbolos estão presentes na sua literatura, filmes, novelas, lendas, revistas em quadrinhos, desenhos animados e são poderosos. Eles estão permeando toda a vossa vida sem que percebam. Eu venho falar um pouco desses símbolos e seus significados.
O primeiro símbolo do qual vou falar é o bastão ou cajado. Assim como Obi–Wan Kenobi da sua aclamada Star Wars que por muito tempo trocou sua arma, o sabre de luz, por um bastão eu troquei minha lança por este cajado. Esse objeto tem um significado profundo pois representa o fato de deixarmos nossa posição de guerreiros para a posição de mentores, professores. Assim como ele eu passei um longo tempo a espera que meus alunos estivessem prontos para mim. Aguardei na solidão e no exilio. Obi–Wan Kenobi em um planeta desértico e eu em uma prisão sem muros que é a chamada Praia das Almas. Eu não poderia cruzar a névoa sem perder minha forma e ele não podia deixar o deserto sem atrair o inimigo.
Assim como Look precisou descobrir o caminho até Kenobi, meus pupilos tiveram que encontrar o caminho até mim.
Como símbolo do sábio, do mestre e do mentor o bastão é tanto um objeto de apoio quanto de defesa, e no momento certo (normalmente quando bato o cajado no chão e toda a terra treme) é símbolo de poder, soberania e comando, marcando minha posição na hierarquia social e espiritual.
Na china, o bastão, em especial o de pessegueiro era considerado poderoso para expulsar as influências nefastas, o bastão vermelho era usado par punir culpados de crimes e transgressões. Entre os taoistas os bastões de bambu de sete ou nove nós (números dos céus) eram usados nos ritos tradicionais. Alguns acreditavam que os nós correspondiam aos graus de iniciação. No hinduísmo os 7 nós fazem lembrar os sete chacras principais.
Nas lendas de feitiçaria o bastão nodoso (cheio de nós) se transformou na varinha mágica como veem em Harry Potter ou na varinha de condão das fadas como na clássica animação da Disney em que a fada madrinha da Cinderela usa a varinha de condão para criar a carruagem e o belo vestido.
O bastão, em qualquer de suas formas é um condutor do espiritual para o físico ou do mágico para o material. Simbolicamente ele conduz a energia que transforma a intenção em realidade.
Tem muito mais a se dizer sobre o simbolismo do meu vejo cajado, mas acho que já falei demais.
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Referência Bibliográfica: CHEVALIER, Jean-Claude; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. 18 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003.